Publicado em: 03/12/2023 18:31:26
Financiamento: FAPERO - PROGRAMA DE APOIO À PESQUISA – PAP/UNIVERSAL CHAMADA FAPERO Nº 04/2018 FAIXA – B / CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
Status: Concluído
Coordenação Geral: Prof. Dr. Dorisvalder Dias Nunes
Resumo: O estudo foi desenvolvido na Mesorregião do Leste Rondoniense, incorporando-se o município de Porto Velho. A Efetividade da Gestão Ambiental será aqui entendida como o conjunto de resultados obtidos a partir da situação institucional e ambiental avaliados por meio de indicadores previamente definidos e sua análise integrativa, a partir dos quais foram mensuradas e diagnosticadas as práticas de gestão e os potenciais cenários. Foram avaliados 3 Indicadores: (a) Condições de Saneamento Básico; (b) o Desmatamento e a (c) Vulnerabilidade Natural à Erosão/VNE. Neste indicador, seis variáveis foram consideradas a fim de gerar dois cenários: VNE 1 e VNE2. Para o VNE1 foram mensuradas variáveis fisiográficas: solo, geomorfologia, geologia, vegetação e clima. No VNE2, incorporou-se a variável Uso e Cobertura da Terra. Justificativa: O recorte temporal dos levantamentos na definição do Grau de Efetividade da Gestão Ambiental, adotou os anos de 2000, 2010, 2017 e 2020, cuja área de estudo foi justificada pela dinamização de seu território como reflexo da alteração da cobertura vegetal original; avanço do agronegócio da soja e pecuária e implantação de hidrelétricas como a de Tabajara no rio Machado e das Pequenas Centrais Hidrelétricas, somado à precariedade das condições de saneamento básico e da Vulnerabilidade Ambiental. A área de estudo compreendeu 42 municípios + o município de Porto Velho. As áreas possuem respectivamente 131281,55 Km2 e 34.090,95 km2 e tem a BR-364 como o principal eixo rodoviário. Objetivo geral: Definir o Grau de Efetividade da Gestão Ambiental da Mesorregião do Leste Rondoniense RO e Porto Velho, com base nos indicadores de condições de Saneamento Básico, Desmatamento, Vulnerabilidade Natural à Erosão e seus cenários prováveis espacializados por meio de cartografia temática. Específicos: a) Identificar e Caracterizar o Saneamento Básico por meio do sistema geral de acesso à rede de esgoto, água e lixo; b) Levantar e Quantificar o desmatamento anual e no acumulado da área com base na série histórica para o período de 2000, 2010 e 2017; c) Definir, Mensurar e Cartografar os índices de vulnerabilidade natural à erosão por meio da confecção dos mapas temáticos e de síntese; d) Definir as tipologias de Uso e Cobertura da Terra; e) Atualizar a Malha Rodoviária da área de estudo; f) Coletar amostras de água superficial e de poços (subsuperficial) por meio de amostragem aleatória para definição do IQA; g) Elaborar um Atlas em modelo digital, com a integração das informações levantadas nos indicadores. Metodologia em seis Fases: Fase 1 - Condições de Saneamento. O método foi operacionalizado com dados disponibilizados no site do IBGE/SIDRA: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia ou http://www.sidra.ibge.gov.br/ , que se refere à Pesquisa de Informações Básicas dos Municípios Brasileiros. Fase 2 - Índice de Qualidade da Água IQA, onde a amostragem foi aleatória, cujas áreas de coletas foram aquelas definidas pelo grau de acesso aos municípios situados no eixo da BR-364, para os seguintes parâmetros: a) Turbidez; c) Potencial Hidrogeniônico – pH e; d) Coliformes Termotolerantes. Fase 3 Levantamento do Desmatamento nos anos de 2000/2010/2017, dados anuais e no acumulado obtidos a partir da classificação de imagens Landsat, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE/PRODES-Programa Projeto de Estimativa do Desflorestamento da Amazônia, disponíveis no site: http://www.obt.inpe.br/prodes/index.php . Fase - 4 Levantamento dos dados cartográficos a partir das cartas da DSG Diretoria do Serviço Geográfico Ministério do Exército em escala de 1:100.000. Foram utilizadas imagens de satélite LANDSAT 5 TM e 8 OLI, cujas órbitas/pontos são 232/66, 232/67, 232/68, 232/66, 231/66, 231/67, 231/68 e 231/69, 230/068, 230/069, 229/068 e 229/069 ano de 2000 a 2017. Fase 5 - A metodologia para definição das tipologias de Uso e Cobertura da Terra foi adaptada do método do IBGE (BRASIL, 2006), com tipificação do Uso e Cobertura registrada em formulário próprio de campo com definição de 08 classes, com buffer de 1km de largura ao longo das rodovias. Fase 6 - Para definir, mensurar e cartografar os índices de Vulnerabilidade Natural à Erosão – VNE adotamos o método de Crepani (2001) desenvolvido no INPE. Dois cenários foram projetados: VNE1 e VNE2, este último considerando a variável Uso e Cobertura da Terra. Os mapas finais foram elaborados por meio dos programas SPRING 4.3, QGIS 2.8 e formatação final da base cartográfica realizada no CorelDraw 12. Potencial de Impactos: do ponto de vista técnico-científico a mensuração, sistematização e espacialização dos indicadores propostos no estudo, foram essenciais para identificação do Grau de Efetividade da Gestão Ambiental. Na inovação consideramos que a integração de metodologias sistêmicas possibilitaram formar um cenário mais próximo da realidade. Soma-se nesse tópico, a criação/construção do primeiro simulador de chuva da universidade que foi testado, calibrado e inaurado já na finalizaçao do estudo. Com este equipamento poderemos realizar pesquisa para análise e mensuração do aporte de sedimentos nos rios oriundos das estradas vicinais. O impacto na pós-graduação consistiu no fortalecimento do Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Geografia pois a proposta do projeto se enquadrou na linha de pesquisa Paisagem, Processos do Meio Físico e Gestão Ambiental – PMG além de ter possibilidade a formação de jovens pesquisadores em nível de iniciação científica e de doutorado. O projeto contou com parcerias e colaborações institucionais, mediadas por pesquisadores de 4 instituições a saber: UFMG/Laboratório de Cartografia; UNICENTRO/Guarapuava/Laboratório de Solos; IFRO e IBGE, tendo como laboratório executor o Laboratório de Geografia e Planejamento Ambiental da UNIR. Os resultados indicaram baixa efetividade institucional na implantação de Políticas de Gestão Ambiental e no IQA, em todas as amostras analisadas foi detectada a presença de E. coli. No Uso e Cobertura da Terra, prevaleceu a pecuária, mas seguida da soja em expansão e não mais restrita no sul do estado. O milho também apresentou expansão. Os resultados para o índice ISMA indicaram atenção pois foram classificados como Muito Baixo. Em Porto Velho o incremento das estradas foi de 1239,93 km e na Mesorregião foi de 13207,54 km e, em Rondônia, foi de 17582,12 km. As perdas de cobertura florestal original foram de 50% da Mesorregião e cerca de 1/3 em PVH. Para o cálculo dos Cenários da VNE 1 e VNE 2, foi identificado expansão das Classes Morfogenéticas com tendência à Vulnerabilidade à erosão. Destaque para a Mesorregião que no Cenário I a classe moderadamente estável somava uma área de 33,3% e, no Cenário II com a incorporação dos dados de Uso e Cobertura da Terra esta classe alterou-se para menor com percentual de 17,4% e a Classe Medianamente Estável/Vulnerável ampliou de 57,8% para 65,5%. Também dobrou de área a Classe Moderadamente Vulnerável, que sai de 8,7 para 16,7%. De modo que para este nível de escala geográfica de abordagem a ferramenta para o cálculo da VNE mostrou-se satisfatória. Para outros resultados seria importante a continuidade do estudo em face da amplitude do território rondoniense. Palavras Chaves: Uso da Terra, Biodiversidade, Efetividade, Rondônia, IQA
Como Referenciar o Relatório: NUNES, D.D.; WATANABE, M.; NUNES, A.C.; FONSECA, D.R. Efetividade da Gestão Ambiental na Mesorregião do Leste Rondoniense a partir de indicadores de vulnerabilidade natural à erosão, saneamento básico e desmatamento. Porto Velho/RO. FAPERO – Proc. nº 0012427572201831.043-2018 / T.O. 043/Chamada – PAP/Universal Chamada FAPERO Nº 04/2018-Faixa – B. Relatório Final de Pesquisa, 2022. 176p
CENÁRIO I
Figura – Mapa de Vulnerabilidade Natural à Erosão – CENÁRIO I – Mesorregião do Leste Rondoniense
Fonte: Organizado pelos autores com base em Brasil (2003), Crepani et al. (2001) e Rondônia (2001)
CENÁRIO II
Figura – Mapa de Vulnerabilidade Natural à Erosão – CENÁRIO I I – Mesorregião do Leste Rondoniense
Fonte: Organizado pelos autores com base em Brasil (2003), Crepani et al. (2001) e Rondônia (2001)
Equipe de Colaboradores:
Prof. Dr. Michel Watanabe: Licenciado, Bacharel e Mestre em Geografia Física pela Universidade Federal deRondônia – UNIR, Doutor em Geografia Física pela UFPR.
Prof. Dr. Bráulio Magalhães Fonseca: é Professor Adjunto do Departamento de Cartografia do IGC/UFMG. Possui Doutorado em Geografia/Análise Ambiental e Mestrado em Geografia/Análise Ambiental pelo IGC/UFMG.
Profa. Dra. Adriana Cristina da Silva Nunes: é Professora Adjunta III do Departamento de Arqueologia da Universidade Federal de Rondônia. É Graduada em Ciências Biológicas, Mestre e Doutora em Biologia Experimental pela mesma Universidade. PósDoutorado na Universidade Federal de Viçosa/Departamento de Microbiologia, área de Genética Molecular de Microorganismos em solos da Amazônia.
Dr. Luiz Cleyton Holanda Lobato: é Licenciado, Bacharel e Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Doutor em Geografia Física pela Universidade Federal do Paraná - UFPR.
Prof. Dr. Dante Ribeiro da Fonseca: Graduado em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Doutor em Desenvolvimento Sócioambiental pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará (UFPA), onde realizou estágio Pós-Doutoral.
Prof. Dr. Anderson Augusto Volpato Sccoti: tem bacharelado em Geografia pela UFSM-RS, Mestrado em Geografia pela PPGGEO-UFSM e Doutorado pela URGS (Análise Ambiental). Pós-Doutorado pelo PPGG-UNIR.
Prof. Dr. Edivaldo Lopes Thomaz: é Professor Associado do Departamento de Geografia, Universidade Estadual do Centro-Oeste-UNICENTRO, Guarapuava-PR. Mestre (2000) e Doutor (2005) em Ciências, Geografia Física, pela Universidade de São Paulo com estágio na University of Toronto, Canada (2005). Pós-doutorado na School of Environment and Society, University of Wales, Swansea, UK (2010) (Tema: Fogo e erosão do solo) e The Universtiy of Texas at Austin, US (2014).
Prof. MSc. Allan Rodrigues Augusto: é Graduado pela Faculdade Interamericana de Porto Velho (2013) em Arquitetura e Urbanismo, com especialização com título de MBA no Instituto de Pós-Graduação de Goiás em Gerenciamento de Obras, Tecnologia & Qualidade da Construção, Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Rondônia. Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico no Instituto Federal de Rondônia - IFRO.
Geógrafa MSc. Tamires Cunha de Aguiar: Licenciada e Bacharel em Geografia (UNIR), Mestre em Geografia (Geografia Física) pelo Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Geografia da UNIR. Foi Bolsista - CNPq no Programa de Iniciação Científica da UNIR.
Acad. Gabriel da Silva Nunes: Discente do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Rondônia. Participa do Programa de Iniciação Científica da UNIR na condição de Voluntário. Faz parte do Grupo de Estudos e Pesquisas em Geografia e Planejamento Ambiental.
Doutoranda Selma Maria de Arruda: Pós graduanda pelo PPGG da UNIR, sob orientação da Profa. Dra. Adriana Cristina da Silva Nunes.
Acad. Luiz Henrique Przybysz: Discente do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Rondônia. Participa do Programa de Iniciação Científica da UNIR.
Acad. Raysa Sena de Melo: Discente do Curso de Geografia da Universidade Federal de Rondônia. Participa do Programa de Iniciação Científica da UNIR.
Acad. Poliana Diniz Souza: Discente do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Rondônia. Participa do Programa de Iniciação Científica da UNIR.
Acad. Kisse de Oliveira Higashi: Discente do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Rondônia. Participa do Programa de Iniciação Científica da UNIR.
Fonte: LABOGEOPA